Resenha - PS Eu Te Amo

Autor: Cecilia Ahern
Editora: Novo Conceito
Categoria: Literatura Estrangeira / Romance

Sinopse:
Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.





Esse livro me abriu os olhos para muita coisa e foi ótimo eu ter lido agora, sabe quando você lê o livro certo na hora certa? aconteceu comigo!!! :D 

Mais um livro que entra para os melhores que já li em 2013.

A mensagem que o livro me passou foi de muito aprendizado e vou tentar fazer uma resenha a altura para tentar passar a melhor visão que tive possível, desculpa se ficou grande :D mas preciso falar tudo que senti lendo o livro.

O livro relata a história de Holly que foi casada com Gerry que por ter um tumor no cérebro acabou morrendo.

Então logo no começo do livro é relatado a rotina dos dois que sempre quando iam dormir Holly esquecia de apagar as luzes do quarto  que se tornava rotina para Gerry levantar da cama e apagar, porém quando ele estava na fase mais complicada da doença resolveu avisar Holly que poderia não estar mais ali e Holly o repreendeu pois não passava por sua cabeça um dia perde-lo:

Página 12 

- Holly suspirou. Detestava ter de sair da cama quando já estava aconchegada e relaxada, pisar no chão frio, voltar na escuridão e deitar-se na cama de novo. Ela resmungou.

- Não posso fazer isso o tempo todo, sabe, Hol? Pode ser que um dia eu não esteja mais aqui, e aí, o que você vai fazer?

- Então, por que não deixa uma lista, em seu testamento, das coisas que quer que eu faça se acha que sou tão incompetente sem você?

O livro mostra o sofrimento de Holly e me fez sentir as mesmas coisas que ela, não que eu tenha passado pelo mesmo mas acho que quando um relacionamento termina ou convivemos com algum amigo que perdeu alguém fica mais fácil de entender o problema.

Então Holly fica muito tempo em sua casa sem se preocupar em tomar banho, ou comer ou continuar a sua vida, uma amiga aparece para dar um jeito na casa dela e também dar um apoio.

Página 19 /20

Era aquilo que Holly temia, chorar na frente das pessoas o tempo todo. 

- Não se preocupe com essas pessoas que dizem que você deve voltar ao normal em um ou dois meses. O luto faz parte do processo de ajudar a si mesma.

Então Gerry tem a idéia de deixar não exatamente uma lista quando morre mas bilhetes com algumas dicas para Holly seguir a sua vida quando ele morrer e é isso que Holly recebe de sua mãe uma caixa com 12 bilhetes para ser lidos um por mês.

Página 29

PS: Prometi que faria uma lista, então aqui está. Os próximos envelopes devem ser abertos exatamente no mês certo. Obedeça. E lembre-se de estou cuidando de você, por isso vou saber...

E a partir daí a vida de Holly tem um novo incentivo para continuar, ela sente que Gerry esta ao seu lado e acompanhando o seu desenvolvimento.

Página 99

Alguns dias, ela se sentia muito feliz, satisfeita e confiante de que sua vida ficaria bem, e com a mesma rapidez a sensação desaparecia, e ela voltava a sentir tristeza.

Então no decorrer do livro ela começa a fazer as coisas que Gerry pede para ela fazer, e sai com as amigas, canta em Karaokê pagando o maior mico na frente dos amigos e família, mas mesmo assim ela percebe que ainda falta algo em sua vida, é como se ela fizesse mais para agradar os que estão a sua volta e por ser um pedido feito pelo Gerry do que por ela mesma.

Página 100 

Os amigos e familiares se aproximavam e se afastavam, ás vezes ajudavam-na enquanto ela chorava, ás vezes faziam-na rir. Mas mesmo assim em seu  riso, faltava alguma coisa. Ela nunca parecia totalmente feliz; parecia apenas estar deixando o tempo passar enquanto esperava por outra coisa. Estava cansada de apenas existir; queria viver. Mas para que viver se não existia vida na existência? 

No fundo, ela sabia que era normal se sentir daquele modo, não acreditava estar louca. Ela sabia que as pessoas diziam que um dia ela seria feliz de novo e que aquela sensação seria apenas uma lembrança distante. O mais difícil era chegar a esse dia.

Peço desculpas por colocar tantos trechos do livro assim, mas acho que não tenho tantas palavras para demonstrar o que o livro me causou achei mais fácil ler o que ele próprio tem pois acredito que todos que já sofreram por amor seja a perda causada pela morte ou a perda causada por uma separação é exatamente isso que é relatado no livro que sentimos.

Então Holly segue sua vida da melhor maneira possível com alguns dias bons e confiantes e outros ruins e perdidos.

Até notar o quanto era egoísta e orgulhosa ao se lembrar de momentos em que discutiam e  não dando importância  naquela hora em que ele estava ao seu lado mesmo que discutindo, agora ela não teria mais ele para fazer as pazes ou até mesmo brigar.

Página 123 

Perdida e sozinha. Chorou por Gerry, chorou por si mesma com soluços fortes que faziam suas costelas doerem sempre que tentava recuperar o fôlego. Não queria mais ficar sozinha e não queria que sua família visse a solidão que ela tentava esconder de todos. Só queria Gerry de volta e não se importava com mais nada. Não se importaria se ele voltasse e eles discutissem todos os dias, não se importaria se eles não tivessem dinheiro e nem casa. Só queria ele.

O livro relata o dia a dia de Holly tentando seguir com sua vida, mostra ela em muitos momentos precisando do carinho de sua família e achei super interessante um diálogo entre ela e sua irmã Ciara que estava chorando pois tinha terminado o namoro e ai Holly percebe que as pessoas tem uma impressão dela de ser forte e tudo mais e ela não se vê assim.

Página 141/142 

- Mas isso é pequeno comparado ao que aconteceu com você. Eu me sinto uma idiota chorando por isso.
Ela secou as lágrimas, irritada consigo mesma.
Holly ficou chocada.
- Ciara, isso é importante. Perder alguém que amamos é sempre difícil, não importa se a pessoa está viva ou... - Não conseguiu terminar a frase. 
- É que você tem sido tão corajosa, Holly, não sei como consegue. E estou aqui chorando por um namorado com quem passei apenas alguns meses.
- Eu? Corajosa? -  Holly riu. - Quem me dera.
- Sim, você - Ciara insistiu. - É o que todo mundo diz. Você foi muito forte o tempo todo. Se eu fosse você, estaria morta em algum lugar.

Holly balançou a cabeça lentamente.
- Não, Ciara, não sou corajosa. Você é a corajosa aqui. Sempre foi a mais corajosa. E quanto a ser controlada, não sei o que fazer de um dia para o outro.
Ciara enrugou a testa e balançou a cabeça.
- Não, estou longe de ser corajosa, Holly
- Sim você é - insistiu. - Todas essas coisas que você faz, como saltar de aviões e descer montanhas coberta de neve... - Holly parou enquanto pensava em mais coisas malucas que a irmã fazia.
Ciara balançou a cabeça, protestando.
- Não, minha querida irmã. Isso não é ser corajosa, é ser tola. Qualquer um pode saltar de uma ponte. Você poderia fazer isso. - Ciara deu um cutucão em Holly, que arregalou os olhos, assustada com a idéia, e negou. - Ah, você faria essas coisas se tivesse que fazer, Holly. Pode apostar, não há nada de corajoso nisso.
Holly olhou para a irmã e disse com a mesma delicadeza:
- Sim, e se seu marido morresse, você enfrentaria a situação se tivesse que enfrentar. Não há nada de corajoso nisso também. Não há escolha.


As vezes as pessoas acham que somos corajosos em passar por determinadas situações porque simplesmente estamos vivos e seguindo com a vida, e como ela diz no livro quando passamos por isso não existe outra alternativa a não ser continuar vivendo.

E aos poucos Holly vai  acostumando a fazer as coisas mais automaticamente como sair de casa, trabalhar, enfim depois de passar o processo de luto e perceber que de fato a vida continua entramos em outro problema bem comum e ao mesmo tempo difícil de encarar.


Página 182/183 

- Não sei como falar sobre ele. - Ela pensou por um instante. - Não sei se devo dizer "Gerry era " ou "Gerry é". Não sei se devo ficar feliz ou triste ao falar dele para outras pessoas. Parece que, se eu me mostrar feliz ao falar dele, certas pessoas me julgarão, por esperarem que eu chore até morrer. Se eu me mostrar triste, as pessoas se sentem desconfortáveis. 

As vezes não entendemos como ajudar uma pessoa que demonstra tristeza ao falar de alguém que morreu, mas ao mesmo tempo não entendemos como ela demostra felicidade ao lembrar das coisas boas que viveu, e mais uma vez Holly se sente estranha ao lidar com as lembranças boas de Gerry e também pela opinião das pessoas ao ver que agora ela esta se sentindo melhor.

O livro é maravilhoso pois fez eu entender melhor o processo da morte, pois nunca sabemos como ajudar quem passa por essa situação e descobri que basta ficar ao lado da pessoa que esta sofrendo já é de grande ajuda, e o que mais importa tanto para quem namora ou tem amigos ou familiares, diga o quanto essa pessoa é importante em sua vida e escolha ser feliz ao lado deles, assim como Holly comenta: 

Página 294
Não queria mais largar; o privilégio das pessoas poderem abraçar seus entes queridos sempre que quisessem. 

Espero conseguir ter passado o que esse livro me mostrou que apesar de sofrer o que é sempre necessário pois o luto diz isso que é necessário sofrer, mas depois de um tempo tudo passa até mesmo a dor da morte e o mais importante é dizer e falar o quanto todas as pessoas que amamos são importantes em nossa vida, quantas vezes você deixou de fazer as pazes com o seu namorado, ou sua amiga, ou sua mãe por simples orgulho ? Já parou para pensar que essas pessoas que tanto ama podem não esta mais aqui amanhã? Então demonstre o seu amor e seja feliz!

Página 350
- E lembre-se de que Deus leva por um caminho e ajuda a atravessa-lo

Gostou do livro e quer demonstrar o amor a quem você ama ? 

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Beijos 

Até mais 

Andressa